segunda-feira, 6 de abril de 2015

Adão Pereira Nunes









Vícios

“O menino não vem ao mundo com virtudes, nem vícios.
Imitam quase sempre  os que os cercam.
É uma folha de papel, em que os adultos escrevem ou borram.”

“Os usineiros transformam a cana e os operários em bagaços.”

Nasceu em Campos em 26 de janeiro de 1909 e faleceu em 13 de abril de 1985. Estudou no Liceu de Humanidades de Campos.
Enquanto estudava medicina, na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, exerceu o jornalismo no “Correio da Manhã”, onde escrevia sátiras de versos.
Como médico, começou sua vida profissional em Campos tratando de usineiros abastados e dos boias-frias dos canaviais.
Na revolta de 1935 fugiu para o interior de Mato Grosso e lá clinicou com nome trocado. Colaborou com o jornal “A Noticia”, escrevendo artigos. Foi eleito, pelo PSP, deputado federal, mas teve seus direitos políticos cassados pelo Ato Número 01 do Comando Supremo da Revolução, que atingiu nomes como Luiz Carlos Prestes, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola, Waldir Pires, entre outros. Combateu o regime militar no seu nascedouro, em Brasília, mas teve de sair fugido da cidade, em um jipe enviado por seu irmão, Helvécio. Perambulou pelo país inteiro, fugindo sempre da ditadura militar.
Em suas andanças pelo Brasil passou pelo interior de Minas Gerais e São Paulo chegando até ao rio Paraná. Mais tarde radicou-se no Rio de Janeiro. Andou algum tempo no exterior. Ao voltar, deu continuidade a sua profissão de médico, atendendo dos mais abastados aos mais humildes.
Exilou-se depois no Chile onde conseguiu, por intermédio do senador Allende, lugar de médico em um hospital dirigido por freiras.
Por volta de 1979, Pereira Nunes regressa ao Brasil e vai morar em um apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro. A ditadura estava chegando ao fim, mas o clima ainda era de muita cautela.
Assim que se deram algumas mudanças no cenário político nacional, os amigos o chamaram para formar o novo PTB. Como surgiram alguns obstáculos, acabou participando da formação do PDT, vindo a ser seu presidente regional, no Rio de Janeiro.
Apesar de estar com a saúde abalada, permaneceu na política e se elegeu suplente do senador Roberto Saturnino Braga, em 1982, aos 73 anos de idade.

Obra:


Conversa de Plantão – 1973
Do Planalto à Cordilheira – 1979
Múcio da Paixão, meu mestre
O Rio Paraíba – 1978
China: Epopéia de um povo - 1961

Fonte:

www.aspectos.blog.br/.../ , (acessado em 14/07/11);
RODRIGUES, Hervé Salgado. Na taba dos Goytacazes, 1988;
CARVALHO, Waldir Pinto de. Gente que é nome de rua, 1988.
Site da Câmara Federal - http://www2.camara.leg.br/legin/fed/atocsr/1960-1969/atodocomandosupremodarevolucao-1-10-abril-1964-364826-publicacaooriginal-1-csr.html (consulta em 17/01/13)