sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Raymundo Magalhães Júnior

 Nasceu em Ubajara (Ceará), em 12 de fevereiro de 1907, e faleceu, no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1981. Filho do jornalista Raimundo Magalhães. Fez seus estudos na sua cidade natal e em Campos, para onde se transferiu aos 17 anos. Aqui cursou Humanidades e deu início a sua carreira de jornalista, no jornal “Folha do Comércio”, onde atuava como  redator-chefe ao se transferir para o Rio em 1930.
Na imprensa do Rio, foi secretário de “A Noite Ilustrada”, fez parte do grupo fundador do “Diário de Notícias”, diretor das revistas “Carioca”, “Vamos Ler” e “Revista da Semana” e redator de “A Noite” desde 1930.
Como correspondente no estrangeiro, foi mandado pelo jornal “A Noite” ao Paraguai durante a Guerra do Chaco, tendo escrito reportagens que foram simultaneamente transcritas em jornais de Assunção (Paraguai) e La Paz (Bolívia). Em missão jornalística passou três anos nos Estados Unidos. Foi assistente especial do escritório do Coordenador de Assuntos Interamericanos, que era então Nelson Rockefeller, posto em que permaneceu de 1942 a 1944. Colaborou no ‘The New York Times’, ‘Pan-American Magazine’, ‘American Mercury’ e ‘Theatre Arts’. De volta ao Brasil, participou da redação da revista ‘Brazilian-American’, que então se publicava em inglês no Rio de Janeiro.
Na política, assinou o Manifesto da Esquerda Democrática, que se converteu, em seguida, no Partido Socialista Brasileiro, pelo qual, em 1949, foi eleito vereador à Câmara do Distrito Federal, sendo reeleito em 1954.
Como autor teatral, escreveu mais de três dezenas de revistas, comédias e peças dramáticas. Foi membro do Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais e seu diretor desde 1959 até o seu falecimento.
Foi também conselheiro do Serviço de Defesa do Direito Autoral. Participou dos Congressos Internacionais de Direito Autoral de 1952, em Amsterdã (Holanda), e de 1969, em Viena (Áustria). Foi um dos fundadores e o primeiro presidente da Associação Brasileira de Tradutores.
Era um incansável pesquisador, e do seu trabalho de pesquisa resultaram várias biografias, antologias, dicionários, ensaios e, sobretudo, os volumes da obra esparsa de Machado de Assis: ‘Contos sem data’, ‘Contos esparsos’, ‘Contos avulsos’, ‘Contos e crônicas’, ‘Contos de Lélio’ e ‘Diálogos e reflexões de um relojoeiro’. Machadiano perspicaz procurou determinar uma série de revelações sobre o autor de Dom Casmurro.
Obteve vários prêmios literários, entre os quais o Prêmio do Serviço Nacional do Teatro, em 1940; o Prêmio Brasília de Literatura, da Fundação Cultural do Distrito Federal (1972); o Prêmio Juca Pato, como o "Intelectual do Ano", da União Brasileira de Escritores (1974). Antes de seu ingresso na Academia, obtivera os Prêmios Artur Azevedo (teatro), em 1945; José Veríssimo (ensaio e crítica); Carlos de Laet (crônica), em 1945; Prêmio Sílvio Romero (ensaio), em 1953.
Era membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e sócio correspondente dos Institutos Históricos e Geográficos de São Paulo e do Ceará.
Ocupou a cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 9 de agosto de 1956 na sucessão de Aquino Correia.

Obra:

Vila Rica – peça em 4 atos – 1945
O Imperador galante – 1946
Três panfletários do 2º Reinado – 1956
Europa 52 – 1953
Idéias e imagens de Machado de Assis – 1956
O Império em chinelos – 1957
Dicionário de provérbios e curiosidades – 1960
Machado de Assis – desconhecido – 1955
O Fabuloso Patrocínio Filho – 1ª e 2ª edição – 1957 E 1972
D. Pedro II e a Condessa de Barral – 1956
Artur Azevedo e sua época (3ª ed) – 1966
As mil e uma vidas de Leopoldo Fróes – 1966
O conto da vida burocrática – 1960
Rui: o homem e o mito – 1964
A vida turbulenta de José do Patrocínio – 1969
O Capitão dos Andes – 3ª ed. – 1971
Canção dentro do pão – 1973
Impróprio para menores – 1934
Poesia e vida de Cruz e Souza – 3ª edição – 1975
Antologia de humorismo e sátira – 2ª edição ampliada –  1957
Poesia e vida de Augusto dos Anjos – 2ª edição – 1978
José de Alencar e sua época – 1977
A vida vertiginosa de João do Rio – 1978
Machado de Assis, funcionário publico (no Império e na República) – 1958
Martins Pena e sua época corrigida e ampliada – 2ª edição – 1972
A maior mistificação da imprensa brasileira –
Seleções de contos fluminenses – 1967
A vida e obra de Machado de Assis - vol.3 – maturidade - 1981

Fonte:
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/biografias/magalhaesjunior.htm (acessado em 29/08/2011)


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