sábado, 28 de abril de 2012

Oldemário Touguinhó

















Oldemário Vieira Touguinhó nasceu em Campos, em 8 de Novembro de 1934, filho de Mário Gomes Touguinhó e Oldema Vieira Touguinhó, tendo falecido em 2002 com 68 anos. O pai era dono de um açougue, mas como os negócios não iam bem mudou-se para o Rio de Janeiro quando o filho Oldemário tinha apenas cinco anos. Touguinhó tornou-se jornalista e um dos mais famosos e apaixonados jornalistas botafoguenses de todos os tempos.
Touguinhó morava no Catumbi, fez os primeiros anos de estudo na Escola Municipal Estados Unidos e o secundário no Colégio Vera Cruz, na Tijuca. Nas férias ajudava o pai na quitanda da família. Mas a bola era a sua paixão, fazendo o seu arquivo de recortes e fotos de seus ídolos desde novo. O seu vizinho Antônio Andrade, fotógrafo no Jornal do Brasil referenciou-o ao editor de Esportes, Carlos Lemos, e Touguinhó entrou para o jornal de onde nunca mais saiu.
Touguinhó casou com Georgina Martins, a qual conheceu no Clube Caçadores, no Catumbi, tendo tido as filhas Hilda (empresária) e Sandra (professora), assim como quatro netos.
O jornalista tinha a obsessão por informar e cobria com facilidade qualquer matéria, fosse um jogo de futebol, o lançamento de um foguetão no Cabo Canaveral ou a inauguração de Brasília. Em 1968, cobrindo os preparativos dos Jogos Olímpicos no México acabou por ser o repórter que descreveu a luta dos estudantes na rua protestando contra a realização dos jogos, saldando-se os confrontos com a polícia em 100 mortos e Oldemário relatou as cenas pungentes na capital mexicana. Em 1972, cobrindo os Jogos Olímpicos de Munique, o jornalista encontrou-se no meio do atentado dos palestinos à delegação israelense. Mostrando toda a sua versatilidade profissional, Touguinhó vestiu um uniforme de atleta e entrou pelos corredores do subterrâneo, tornando-se o único repórter que penetrou na Vila Olímpica em que residiam os israelenses.
Entre outros casos, também se tornou famoso por Pelé ter anunciado ao mundo, através do compadre e amigo Oldemário Touguinhó, o seu primeiro casamento. Ou quando anunciou, em primeira mão, a convocação de Romário por Zagallo quando todos os jornais do país defendiam o contrário.
Touguinhó era um obcecado pelo trabalho e nada o dispensava do dever de informar. E fazia-o com a mesma qualidade quer se tratasse de um jogo decisivo do campeonato nacional ou um simples treino do Botafogo. Além do mais, diferentemente dos jornalistas desportivos de hoje, sabia ser imparcial e ganhou a maior admiração de todos os craques do seu tempo.
Oldemário trabalhou 41 anos no Jornal do Brasil, mas também foi colaborador dos jornais Estado de São Paulo e Jornal da Tarde por 36 anos; presidiu por duas vezes a Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro; cobriu 10 Copas do Mundo (1962 a 1998) e várias Olimpíadas; ganhou diversos prêmios, entre os quais os Esso de Informação Esportiva de 1981 e 1983; escreveu dois livros: “As Copas que eu vi” (1994) e Maracanã (1998), que narram as copas do mundo e a história do estádio, respectivamente; publicou artigos no The New York Times, no France Football e no Number (Japão).
Botafoguense apaixonado e adepto da escola de samba da Mangueira, Touguinhó também foi amigo íntimo de Garrincha e um dos organizadores do Jogo da Gratidão com que, em Setembro de 1973, se homenageou o ‘Anjo das Pernas Tortas’.

Obra:

Maracanã – 1998
As copas que eu vi – 1994

Fonte:

Blog do Oliveira Ramos (http://www.jornalpequeno.com.br) (acessado em 21/08/2012);
http://mundobotafogo.blogspot.com.br/2009/11/oldemario-touguinho-brilhante.html (acessado em 21/08/2012).

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